segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

LETRAS TORTAS..


Depois de alguns goles de vodka, que cortavam a fumaça do seu cigarro e entre poucas lágrimas que insistiam em cair, finalmente concluiu a última frase de seu texto, escrito a lápis, para permitir que o tempo, a seu tempo, apague tudo o que for necessário. Foram poucas páginas, doze no total, mas com uma intensidade peculiar de quando o passar das horas tem o dobro da velocidade habitual diante do abismo das memórias. Isso o fez rever muita coisa e buscar o significado de várias outras, mesmo que essa fosse uma tarefa de custo-benefício não muito favorável para se viver o presente. 

Continua sua revisão e se sentiu dotado de um certo poder porque em poucos movimentos, conseguia corrigir ou melhorar situações passadas. Apenas no papel. Houveram momentos que extrapolaram o sorriso no rosto, alguns que abriram feridas em sua pele e outros que apenas o alertavam que respirar é a maior riqueza que possa existir. Mas eis que chega a hora e o propósito de sua escrita. O ponto final. Destino de toda trajetória, por mais errante errada que seja. Desde o começo tudo fora arquitetado para esse minuto, no qual a redenção de uma vida pode se concretizar. Já havia cumprido seu papel e doou o que tinha para oferecer. A consciência de ter aproveitado esse legado ou não, depende da perspectiva vigente em cada sentença.

Levantou de sua cadeira, deixou a porta de sua casa entreaberta pela ultima vez, atravessou a rua e com poucos passos estava na praia. Não havia mais como retroceder. Aceitou que o fluxo da vida é uma constate inconstância, mudanças de cenários, e saídas de personagens, para que outros possam brilhar. E lá na areia que refletia, no pouco espaço que tinha, o brilho da lua de quase meia noite, uma multidão foi cúmplice de sua decisão, por inteira. O estampido foi quase ensurdecedor. Seus pedaços voaram por toda parte e provocou uma catarse, gritaria coletiva. Mais um que se despede para entrar na história de todos, quer aceitem ou não. Seu nome é 2013. Cedo ou tarde ele veio, se foi e deixou um filho, 2014, para perpetuar a geração de um dom, sofrido mas apesar de tudo, feliz. A vida.



terça-feira, 23 de abril de 2013

Para uma guitarra, baixo, bateria e sampler

I was there
On the land of nowhere
Whispering songs of hate and regret
Being such a fool, trying to be a better man

Alone in the crowd
Lost in million voices too loud
Looking for a meaning on the reflection of this sound
Being such a cool, trying to be like you

Once i realized
Half the people wants you crucified
Hapiness will never come if i don't even try
Being such a hero, in this fuckin world we must despise

Do i really love me?
Do i really care?
The future is nearly coming
Let the past back over there

Paulo Henrique Palácio