domingo, 21 de fevereiro de 2010

Periodicamente, em conversas animadas com colegas nos raros intervalos da rotina de um professor, vêm à tona questões sobre desafios na docência superior do ensino superior, qualidade discente, novas perspectivas etc, e um artigo de uma revista da área que estava lendo hoje na internet, sobre o novo perfil do aluno que ingressa na universidade ou faculdade, me fez remeter alguns desses questionamentos.


Tal perfil é o chamado da "geração Y", "filhos da revolução digital", na qual são destacadas características (não tão boas) baseadas na efemeridade, superficialidade, e imaturidade. Chega até ser contraditório, pois, no meu ponto de vista, a era da informação e tecnologia, tem seu lado ruim, claro, mas poderia propiciar ao aluno justamente o oposto dessas "virtudes". Porém tenho consciência que outros muitos fatores permeiam essa relação, entre eles, o consumismo e a busca de status. E entra, nesse momento, o papel da família, no sentido de prover a verdadeira educação, mas acho que nem todas estão preparadas para isso.

Na outra ponta desse processo estão os professores de instituições de ensino superior que dobram esforços para “iluminar” o caminho daqueles que querem trilhá-lo no sentido do sucesso profissional em todos os aspectos (apesar dos vícios e de algumas dificuldades enfrentadas no ensino médio ou até mesmo devido à características da personalidade), mas sempre há aqueles alunos que desenvolvem uma cegueira, digamos, funcional, a qual leva a um certo vazio, insegurança e despreparo no momento de ingressar no “temido”, complexo e mutável mercado de trabalho. Com essa postura, diante de alguma adversidade, a tendência é desistir ou atribuir a culpa à profissão escolhida. Fácil demais! E tal cegueira funcional pode ser favorecida, entre vários outros aspectos mais relevantes, quando o estudante se depara com docentes ainda focados no aspecto tecnicista sem contexto e desprovidos da “chama vital”, que move com paixão e razão nossas ações.

Enfim, o desafio é grande, a solução existe e é viável, basta ligar e estimular nossas sinapses... :-)

Ah...detalhe: por pouco não entrei nessa “geração Y”...heheh...mas com certeza eu seria uma versão 2.0 SP2....heheheh

http://revistaensinosuperior.uol.com.br/textos.asp?codigo=12518

Um comentário:

  1. Excelente postagem Paulo Henrique. Concordo em gênero, número e grau quando você diz:
    "há aqueles alunos que desenvolvem uma cegueira, digamos, funcional, a qual leva a um certo vazio, insegurança e despreparo no momento de ingressar no “temido”, complexo e mutável mercado de trabalho. Com essa postura, diante de alguma adversidade, a tendência é desistir ou atribuir a culpa à profissão escolhida."

    Essa é uma das realidades vividas hoje na Fisioterapia. O número de cursos de graduação vem crescendo em progressão geométrica, e pouco rigor é destinado na hora de se aprovar estes cursos, além é claro, do agravante de haver menor rigor ainda por parte das instituições de ensino na seleção dos alunos que irão cursar a graduação. Ou seja, acaba se formando uma associação perigosa, entre o despreparo prévio do público selecionado pela instituição com o despreparo da própria instituição em ofertar para estes alunos uma formação de qualidade.

    Vitor Vasconcelos.

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