domingo, 21 de novembro de 2010

Despite all my rage, i am still just a rat in a cage

Depois do almoço de hoje corri para o aeroporto e embarquei para São Paulo. Motivo? Ver o show da banda Smashing Pumpkins, divisor de águas na minha percepção e afinidade musical, que há mais de 10 anos não vem ao Brasil. Vôo tranquilo, a turbulência estava apenas em minha cabeça. Ao pousar fui direto ao Play Center (não existe Beach Park por lá) simulando uma verdadeira maratona cuja premiação será ficar com o peito pressionado à uma grade, aquela barreira física que mantém um fã pelo menos a um distância segura de seu ídolo, mas suficiente para que os olhos e a imaginação possam fluir através do palco. São exatamente 4 horas da tarde e a apresentação está marcada para a meia noite. Sem problemas. Para quem já esperou quase três longas horas para uma consulta médica entediante, esse intervalo de tempo para vivenciar um momento de puro deleite passará em poucos minutos. Como disse, quando olhei o relógio já eram 11 horas. O calor era intenso, o metro quadrado já tinha sido reduzido a decímetros, meus movimentos já estavam limitados, as pernas emitiam também alguma informação, mas meu cérebro não a processava de maneira consciente. Circunstâncias perfeitas para um show de rock!!! E começou!!! Gritos, suor, lágrimas, braços, troncos e cabeças convulsivas, guitarras distorcidas, vocal poderoso, são eles...vieram...carne e osso...que riff...clááássico...fooooodaaaa....No empurra-empurra acabei caindo e bati a cabeça na grade. Fiquei desacordado talvez por alguns segundos. Quando abri os olhos, tudo escuro, frio e duas mulheres fudendo na minha frente. Porra, perdi o show!!! Nada. Acordei na hora!!! Corri, mas para o monitor do computador. Esse incidente durou apenas duas músicas. Desliguei a orgia para entrar na outra. Gás total, high definition e chat instantâneo na rede social!!! Ainda bem que a tecnologia dá algumas compensações para aqueles que não podem estar presentes em eventos, mas por quê não fui? Como um fã pode negar sua presença para um ídolo? Atitude zero...à esqueda. Mas será que Billy Corgan está chateado por isso? Interessante esse relacionamento, tão íntimo a ponto de declarar que salvou minha vida (por enquanto), etc, mas ao mesmo tempo tão distante, por não ter uma reciprocidade específica. Tenho todos os CDs, DVDs, bootlegs, algumas camisetas e depois de dez anos, uma condição financeira melhor, mas não fui! Enfim, busquei desculpas plausíveis para me confortar (e existem, claro, mas gostaria de ter incorporado a figura do fã incondicional para o qual as conseqüências de suas decisões justificam-se e são minimizadas diante do ídolo). Apesar disso, curti o show no “frontstage”, na solidão compartilhada por outros milhares de fãs, pude ver solos épicos (sonhando com o dia que estarei com um nível pelo menos semelhante), a reação da platéia e ao final de tudo, senti-me algo recompensado. Clássica promessa: da próxima vez, eu vou. Vida longa para nós, Billy!

PH

Um comentário:

  1. Putz, eu crente, quase evangélica, que você estava lá!!!!!!!!! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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